Para comemorar essa data tão importante, conversamos com os fisioterapeutas Lilian Vaz Szernek Trentin (267462/F), da Enfermaria Covid-19 e Roberta Caprini (213149/F) e Nerison Lucas (283149/F) da UTI Covid-19, os quais falam sobre a importância da fisioterapia em tempos de pandemia.
Qual sua participação em relação à melhora da condição do paciente durante e a pós-COVID?
Lilian: “A princípio é a parte de minimizar o que o covid fez, não deixar o paciente muito deitado, sem fazer algum tipo de atividade. A gente tenta fazer o máximo possível lá na enfermaria para que esse paciente não piore”, diz a entrevistada.
Roberta: “Na hora que o paciente entra na UTI a gente faz uma avaliação, para determinarmos qual é o grau da lesão do paciente em si e qual a conduta.”
Quais métodos vocês utilizam durante o tratamento na UTI e Enfermaria Covid-19?
Lilian: “Usamos a VNI, que é a ventilação não-invasiva, para fazer reexpansão pulmonar e evitar que o paciente evolua para uma UTI. Faço exercícios junto com eles, fazendo pausas entre uma respiração e outra, segurando o ar e soltando porque geralmente fica um pouco preso dentro do pulmão, em uma parte que não está sendo usada, aí nós fazemos o paciente soltar mais ar do que puxar para poder ocupar essa parte”, explica a fisioterapeuta.
Lilian: “A gente incentiva bastante a ficar de prona, de barriga pra baixo, ajuda a respirar melhor, principalmente quem tem o pulmão mais comprometido. Nós usamos oxigênio para ajudar, mas às vezes isso é prejudicial porque o paciente precisa respirar o ar puro e o ar de oxigênio é muito puro, então ele se acostuma a não fazer tanto esforço e, quando faz, a musculatura já está mais debilitada.”
Roberta: “Nós tentamos fazer a VNI, que é uma ventilação extra que mandamos porque o COVID causa um desvio da oxigenação normal. A oxigenoterapia tem um limite que podemos usar no seguinte de que não podemos deixar faltar e também não pode ser em excesso. O paciente já chega na UTI, por exemplo, usando musculatura acessória, saturando muito, pressão descontrolada, fazendo muito esforço, às vezes com muita sudorese, então geralmente vai direto para a intubação.”
Nerison: “Muitas vezes nós chegamos e o paciente já fica assustado só em saber que vai para a UTI, o que prejudica a parte psicológica dele. Ele pode não estar tão mal mas só de saber que terá que ir para a UTI ele fica mais agitado e ansioso.”
Roberta: “Nós fazemos exercícios de reexpansão e manobra de pronação (com o paciente entubado). Essa é uma manobra de resgate que somos obrigados a fazer se for indicado para o paciente. Além disso, é também realizado o recrutamento alveolar e titulação peep, onde abrimos o pulmão (no ventilador) que são manobras de reexpansão pulmonar.”
Nerison: “Para fazer aquela máscara é muito difícil para o paciente porque demanda muita pressão, o que dificulta bastante para ele.”
Roberta: “Nós também movimentamos o paciente que está entubado para prevenir lesão. Temos que pensar que o paciente está entubado mas amanhã ele pode não estar. E então nós aplicamos a laserterapia”
O que vocês podem dizer para as pessoas que já tiveram a doença?
Nerison: “O paciente fica muito parado e sai da UTI sem conseguir mexer praticamente nada, então é essencial que ele faça fisioterapia logo após. Eu sempre penso que a intensidade de quando você está feliz quando alguém ganha alta é a mesma de quando às vezes você perde um paciente.”
Roberta: “Duas técnicas que eu sei que ajuda muito (em relação ao pós-COVID) é o pilates e yoga. A pessoa tem que fazer uma coisa que ela gosta depois de reabilitar bem o pulmão. E outra coisa de extrema importância para a pessoa que saiu da UTI, é, depois de alguns meses, realizar novos exames para prevenir.”
Com essas falas cheias de responsabilidade na melhora do paciente e com muito carinho por trás de cada ação desses profissionais, o Instituto São José deseja um feliz Dia do Fisioterapeuta para seus competentes profissionais que tanto colaboram para a melhora do paciente, e para todos os demais profissionais da área!!